Ópera “O Quatrilho” chega a Vacaria nesta semana com apresentação gratuita
segunda-feira, junho 10, 2019
A ópera em dois atos de Vagner Cunha com libreto de José Clemente
Pozenato será apresentada na quarta-feira, dia 12 de junho, com ingressos já
esgotados.
Após o sucesso da primeira turnê, que
reuniu quase seis mil pessoas em diversos palcos do Rio Grande do Sul no último
ano, a ópera O Quatrilho volta a circular pelo estado. A obra chega a Vacaria
nesta quarta-feira, dia 12 de junho, para única apresentação na Casa do Povo,
às 20h. O ingresso era a doação de um livro, mas as entradas já estão
esgotadas.
A ida de O Quatrilho para Vacaria é
uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, da Câmara
Municipal de Vacaria e da Associação Amigos da Biblioteca Pública.
SOBRE A ÓPERA O QUATRILHO
A ópera em dois atos de Vagner Cunha
tem libreto de José Clemente Pozenato, autor do romance homônimo que conta a
história de dois casais de descendentes italianos que constroem suas vidas no
interior do Rio Grande do Sul no início do século XX. Nas apresentações, com
regência do maestro Antonio Carlos Borges-Cunha e direção cênica de Luís Artur
Nunes, há 12 músicos da Camerata OntoArte e sete cantores em cena: Carla
Maffioletti (soprano) no papel de Teresa, Maíra Lautert (soprano) como Pierina,
Flávio Leite (tenor) como Ângelo, Daniel Germano (barítono) interpretando
Mássimo, Luciane Bottona (contralto) no papel de Tia Gema, Ricardo Barpp
(barítono) como Cósimo e Pedro Spohr (baixo) como Rocco.
O Quatrilho - Foto Gilberto Perin |
Em sua segunda turnê pelo Estado, a
ópera reestreia com novidades. O espetáculo ganhou mais 15 minutos com a
inclusão de três novas músicas: uma ária de Flávio Leite, uma ária de Ricardo
Barpp, além de um coro que será encenado por Barpp junto com Luciane Bottona e
Pedro Spohr. Somadas às outras 29 canções que já faziam parte da apresentação,
as músicas trazem uma nova costura para a obra. "Ao ver o resultado final
da ópera, pronta, eu senti que precisávamos humanizar um pouco mais os
personagens. O Pozenato já havia feito o trabalho de síntese do livro de forma
brilhante, mas sentimos que algumas costuras precisavam ser feitas para
conectar os casais de forma mais humanizada, então nos reunimos para adicionar
algumas árias", explica o compositor Vagner Cunha.
Lançado em 1985, o livro O Quatrilho,
de José Clemente Pozenato, tornou-se filme em 1995 sob a direção de Fábio
Barreto, e concorreu no ano seguinte ao Oscar de melhor filme estrangeiro. A
exposição no cinema fez ainda mais conhecida a história dos dois casais de
descendentes italianos que constroem suas vidas no interior do Rio Grande do
Sul no início do século XX. A obra também já foi adaptada para os teatros e, em
2018, ganhou sua versão em ópera, com música de Vagner Cunha e libreto de José
Clemente Pozenato.
Produzida inteiramente no Rio Grande
do Sul, a ópera O Quatrilho tem elementos cênicos que remetem ao estilo de vida
dos imigrantes italianos que viveram na área rural do Estado no início do
século XX. Os figurinos, assinados pela porto-alegrense Malu Rocha, são
compostos por cerca de 30 peças produzidas em cores frias e terrosas,
retratando as personalidades dos protagonistas da trama.
O cenário, desenhado pelo cenógrafo
Rodrigo Lopes, mostra o interior e ao mesmo tempo o exterior de uma casa
colonial italiana. O uso de lambrequins, adorno arquitetônico de madeira
recortada muito utilizado nas residências dos imigrantes italianos, e de
pintura de madeira junto com um céu formam o espaço cênico.
O enredo de O Quatrilho baseia-se em
fatos reais, retratando o cotidiano e a realidade dos imigrantes no Sul do
Brasil no início no século XX, deixando claro o poder da mulher nas decisões de
família e também de negócios. A história acontece em 1910, numa comunidade
rural de imigrantes italianos, no Sul do Brasil, quando dois casais se unem
para sobreviver e decidem morar na mesma casa. Com o tempo, a esposa de um
passa a se interessar pelo marido da outra, sendo correspondida. Os dois
amantes decidem fugir e recomeçar outra vida, deixando para traz seus
parceiros, que viverão uma experiência dramática e constrangedora, mas nem por
isso desprovida de amor. O título faz analogia ao jogo do quatrilho: jogo de
cartas onde os parceiros se trocam ao longo da partida. Tudo pode acontecer
nesse jogo.
O Quatrilho, além fazer um resgate
histórico da liderança brasileira formada pela colonização italiana, coloca em
voga o papel de protagonismo dos empreendedores e comerciantes que, frente às
adversidades, escolhem seu caminho, transpondo os obstáculos para seguir sempre
em frente. Através de personagens icônicos que resolvem suas vidas conforme a
realidade se apresenta, representaremos os colonos e os negócios familiares,
espinha dorsal do Rio Grande do Sul, cujos valores foram calcados na força do
trabalho e na intensidade das relações.
ÓPERA O QUATRILHO
Dia 12 de junho, quarta-feira, às 20h
Casa do Povo (Rua Borges de Medeiros,
1987 – Glória)
Apresentação gratuita mediante doação
de um livro.
Classificação: Livre
Duração: aproximadamente 2 horas (incluindo
15 minutos de intervalo)
Ingressos já esgotados
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