A linguagem poética do chimarrão
quinta-feira, janeiro 31, 2019
Mais uma vez nos
ocupamos do mate e sua influência nos amores campesinos. Até fins do século
passado - da mesma forma que o leque nas sociedades citadinas - possuía a
erva-mate o dom de conversar uma pitoresca linguagem amorosa.
Chimarrão gaúcho. Foto: Alex Silva |
E é de se crer que ela
representasse um importante papel nos namoros singelos dos velhos tempos; pois
as sinhazinhas encontravam no mate um mensageiro calado e fiel.
Assim falavam os namorados do Rio Grande provinciano:
Mate com mel - “quero casar contigo”.
Mate com açúcar queimado - simpatia.
Mate com canela - “só penso em ti”.
Mate com açúcar - amizade.
Mate frio - desprezo.
Mate com sal - “não apareças mais aqui”.
Mate com casca de laranja - “vem buscar-me”’
Mate muito amargo - “chegaste tarde, já tenho um amor”
Mate lavado - “vá tomar mate noutra casa!...”.
Trecho extraído do
livro "História do Chimarrão",
de Barbosa Lessa.
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