Missa Crioula
sábado, novembro 24, 2018
A Missa Crioula é uma missa católica do rito latino
(Apostólico Romano), porém adaptada em linguagem, ritmo, estilo e símbolos
tradicionalistas gaúchos. Ela tem o mesmo sentido espiritual e religioso de uma
missa tradicional, mas pelas suas características particulares recebe a denominação
de “Missa Crioula”.
A existência de uma missa nesse estilo tornou-se possível com
as alterações introduzidas na Igreja Católica como resultado do Concílio do
Vaticano II (1965), que permitiu a tradução e adaptação da liturgia em latim
para outras línguas nacionais e linguagens regionais.
Foto: Camila Peres/Clic Soledade |
Em 1967, os padres gaúchos Paulo Aripe e Amadeu Gomes Canelas
solicitaram autorização ao então Bispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherrer e
ao Vaticano (cujo Papa era Paulo VI) para a celebração da Missa Crioula com
cantos, preces e orações próprias, com rima bastante acentuada na linguagem e
oração litúrgica. Nessa liturgia campeira, são utilizados símbolos do campo, da
campanha, do uso costumeiro do gaúcho.
“Divino Tropeiro”
Com o linguajar típico dos pampas, Jesus Cristo é chamado “O
Divino Tropeiro” e Nossa Senhora de “Primeira Prenda Celeste”. Deus é chamado
de “Pai Celeste” e o Espírito Santo de “Divino Candeeiro”.
Entre os momentos mais emocionantes da Missa Crioula está o
que relembra um dos mais marcantes episódios da história do Rio Grande do Sul:
a guerra entre Maragatos e Chimangos. Como a missa busca trazer a paz e a
compreensão entre todos, os homens que participam da missa depõem suas armas,
representadas por facões estilizados, colocando-as num canto e entrelaçam na
cruz os lenços vermelhos (Maragato) e branco (Chimango).
Fonte: Fé Gaúcha
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