Jéssica Maciel: a prenda que ama divulgar as tradições gaúchas
terça-feira, setembro 04, 2018
Ter orgulho
da cultura do seu estado é dos pontos fortes dos gaúchos. Várias pessoas dedicam
uma vida inteira cultivando e passando a diante as tradições gaúchas.
Em Vacaria,
uma pessoa que se destaca no meio tradicionalista é Jéssica Maciel de 27 anos,
professora na Escola Estadual Dalva Zanotto de Lemos. Formada em História pela Unopar,
Jéssica já foi a 1ª Prenda da 8ª Região Tradicionalista entre 2015 e 2016;
participou do concurso Mais Prendada Prenda do 32º Rodeio Crioulo Internacional
de Vacaria e atualmente é 1ª Prenda Adulta do CTG Porteira do Rio Grande.
Jéssica segunda a faixa de 1ª Prenda da 8ª Região Tradicionalista 2015-2016. Arquivo Pessoal |
Nesta
entrevista para o blog Repórter Riograndense, Jéssica Maciel fala suas experiências
como prenda, a importância do tradicionalismo em sua vida e sobre como passar
os valores da cultura às próximas gerações.
Como você começou no tradicionalismo?
Jéssica Maciel: Fui
incentivada pelos meus pais. Desde pequena a gostar da nossa tradição, pelas
histórias contadas também pelas minhas avós, de como viviam antigamente. Desta
maneira nasceu em mim o sentimento de cultuar o tradicionalismo gaúcho. E desde
pequena também tinha o sonho de ser prenda.
Como
foi a experiência de ser a 1ª prenda da 8ª Região Tradicionalista?
Jéssica: Foi
incrível. Aprendi muito. Quando a pessoa é tradicionalista apenas os livros não
bastam. Daí vem uma pequena palavra, mas não menos importante, a “vivência”. No ano que fui Prenda Regional participei de
Convenções e Congressos Tradicionalistas, Enart (Encontro de Artes e Tradição
Gaúcha), reuniões de patrões e também da Fecars (Festa Campeira do Rio Grande
do Sul). Nesse ano tive intensa participação nessas atividades, fazendo com
que, além de respeitar mais ainda nossa história, me fez entender muitas coisas.
Fiz amizades que pretendo levar pra vida toda. Realizei muitas palestras nas
escolas tanto municipais como estaduais. E tive uma experiência de ter um
programete semanal na Rádio Fátima, com o nome “Momento Tradição”, falando sobre a nossa cultura.
Jéssica prestigiando uma apresentação de uma invernada artística durante o Enart. Arquivo pessoal |
Quais foram as melhores experiências dos concursos
de prenda que você participou?
Jéssica: Foram
todas de muita importância. Cresci muito como ser humano e também é claro como
Prenda. Aprendi que não é um número ou até mesmo a faixa que faz a prenda, mas
sim os seus atos e dedicação pela entidade que representa. Além dos estudos contínuos,
tem a mostra folclórica com as entrevistas, um relatório de vivências
tradicionalistas, prova escrita e dentro a prova artística (declamação, canto
ou tocar algum instrumento e também apresentar uma dança tradicional e uma de
salão), tem a prova oral, normalmente, com tema sorteado. Tudo isso demanda um
tempo devido para a preparação, o apoio da família, amigos e da entidade que você
representa é muito importante.
Como prenda, uma das paixões de Jéssica é participar de concursos de declamações de poesias. Arquivo pessoal |
Quais são as atividades que você mais gosta de
fazer no CTG?
Jéssica: Colaborar
com a entidade juntamente com o departamento cultural, artístico e campeiro. Atualmente
declamo. Tenho uma grande paixão pela dança, mas devido a um problema de coluna
tive que me afastar, mas sigo acompanhando.
Na sua opinião, o meio tradicionalista está menos
machista em relação há décadas atrás?
Jéssica: Com
certeza, até porque o tradicionalismo, como diz Edson Dutra “não contempla modismo”, mas respeita a
todos e dá voz a todos os seus participantes.
Você como professora, como você busca incluir seus
alunos no tradicionalismo?
Jéssica: Sempre
que possível, busco levar materiais sobre nossa cultura. Realizo projetos,
sobre lendas, os usos e costumes, o cancioneiro gaúcho, poesias, a origem do
gaúcho e oficinas de dança. Atualmente temos em funcionamento na Escola Dalva Zanotto
de Lemos uma invernada que envolve os alunos de praticamente de todas as séries.
Como professora e tradicionalista, Jéssica busca incentivar seus alunos a participaram dos movimentos tradicionalistas. Arquivo pessoal |
Como vê o futuro do tradicionalismo através das
próximas gerações?
Jéssica:
Para responder a esta pergunta, vou utilizar um trecho do Hino Tradicionalista,
de Barbosa Lessa. “Avante, cavaleiro
mirim! Em frente, veterano peão! Lado a lado, prenda e prendinha, todos juntos
dando a mão. Avante, seguindo os avós! Em frente, trazendo os piás! Coisa linda
é se ver gerações convivendo em santa paz.”
Acredito que esta união, é que fará com que o universo tradicionalista
continue firme.
Te aprochega e confira a entrevista com a prenda Taynara Oliboni
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