A história da vanera
quinta-feira, agosto 02, 2018
A origem da vanera remete ao ritmo cubano habanera ou havaneira em algumas traduções para o português, é um estilo
musical criado em havana. A habanera
foi a primeira música genuinamente afro-latino-americana, que foi levada de
Cuba para salões europeus por volta do século XVII. Foi sofrendo alterações em
sua estrutura básica devido aos arranjos que lhe deram os músicos da Europa e
assim, alterada, voltou às Américas através dos imigrantes portugueses e
espanhóis por volta de 1866.
Da habanera derivam
diversos ritmos, dentre eles a vanera gaúcha, muito popular nos bailes do Sul do
Brasil.
Foto: YouTube |
Da habanera para
atual vanera, várias modificações foram feitas, na grafia e no andamento bem
mais rápido, para se tornar bailável. Ao longo do tempo os conjuntos de baile
gaúchos (fandangos) vêm desenvolvendo com sua experiência e criatividade vários
padrões rítmicos em seus instrumentos típicos: acordeon, guitarra, baixo,
bateria e pandeiro. Quer em suas apresentações ou em suas gravações.
A vanera conquistou um espaço privilegiado nos bailes
gaúchos, sendo hoje, presença marcante e obrigatória em qualquer fandango que
se preze. Com alterações de andamento na
execução, surgiram diversas variantes: vaneirão, vaneirinha.
A vaneirinha é uma
variante criada pelos gaiteiros gaúchos. Seu ritmo é executado um pouco mais
rápido que a vaneira e mais lento que que o vaneirão.
Os passos da vaneirinha são idênticos aos da vaneira,
dançados um pouco mais rápidos. O grupo Os Mirins se destacava na vaneirinha. Seus maiores sucessos são Vaneirinha da
Saudade e Vaneirinha do Amor.
O vaneirão é uma variante da veneira. Sua música é executada
num ritmo rápido e é o que o distingue da vaneira e da vaneirinha.
Os passos de vaneirão são iguais aos passos da vaneira,
apenas com um andamento mais rápido.
Também conhecido como limpa banco, o vanerão, presta-se à
habilidade do gaiteiro de gaita piano ou botonera, sendo assim muitas vezes um
tema instrumental. Quanto à forma musical o vanerão pode ser construído em três
partes, utilizado em ritmos tradicionais brasileiros como o choro e a valsa.
Quando cantado, dependendo do andamento e da divisão rítmica
da melodia, exige boa e rápida dicção por parte dos intérpretes. O vanerão com
sua vivacidade exige bastante energia, tantos dos músicos, como dos bailadores
de fandango.
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