Sport Club São Paulo
quinta-feira, junho 07, 2018
O
mais completo trabalho de documentação em mais de 100 anos de história foi
escrito pelo jornalista rio-grandino Willy Cesar no livro Um século de Futebol Popular publicado no ano de 2013.
Adolpho
Corrêa, Bartholomeu Casanova, Hermenegildo Bernardelli, José Cuchiara, Antônio
Furlanetto e outros, juntamente com o jovem Alexandre Lempek, com apenas 17
anos, poderiam imaginar que na atitude de fundar um clube de futebol popular na
cidade do Rio Grande, chegasse ao Centenário.
A
plêiade de jovens entusiastas do novel esporte introduzido no início do século
por alemães e ingleses, levou ao proletariado formado por filhos de imigrantes
portugueses, italianos e poloneses, na sua maioria funcionários da Viação
Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) o desejo de participar na prática do
futebol. Impedidos de participar pela elite que dominava o comando do então
jovem Sport Club Rio Grande, restava-lhes assistirem os treinamentos na saída
das oficinas onde trabalhavam. Eis que na primavera de 1908, quando assistiam
um dos treinamentos, viram que num chute mal dado a bola foi parar nas macegas
do campo que era fronteiro ao cemitério local. O menino Alexandre Lempek,
ajudante de ajustador foi escalado pelos mais velhos a ficar de plantão, na
torcida de que o precioso objeto importado fosse esquecido. Terminado o treino,
não deu outra a bola perdida foi recolhida e entregue aos jovens idealistas,
que às 14h do dia 4 de outubro de 1908, em um terreno a Rua Rheingantz,
fronteiro ao Cemitério Católico, que pertencia a Companhia Auxiliar de Estradas
de Ferro do Brasil, fundaram o Sport Club São Paulo.
Início
difícil, mas já em 1916 nascia o primeiro título municipal, ao qual se somou a
mais 23 durante a existência das competições citadinas, tão emocionante, a nova
geração não conheceu. Na década de 20 surge o filho de imigrantes italiano
Guerino Sartori, o grande Pé de Ouro com ele o time da Linha do Parque inicia a
série do heptacampeonato, culminando com o título Gaúcho de 1933. Título este,
conquistado sob a liderança do Capitão Valentin Martinatto e do craque Darcy
Encarnação.
As
acomodações do estádio já estavam se tornando pequenas, oi velho pavilhão de
madeira já não mais suportava a imensa legião de torcedores, o Rubro-verde já
era o clube mais popular da cidade. Liderados pelo saudosos Dr. Newton Azevedo,
Engº João Rocha e abnegados, inaugura o atual pavilhão social na década de
1940.
Clubes
do Rio e São Paulo começaram a iluminar os seus estádios, então é inaugurado,
em 1954, o primeiro sistema de iluminação do Sport Club São Paulo. Os postes
foram confeccionados de trilhos de trem, gentilmente cedidos pela administração
da VFRGS que era quase que na sua totalidade são-paulina.
Aproximava-se
o cinquentenário e a dupla Aldo Dapuzzo e Nelson Dionello foram escalados para
administrarem o então Caturrita. A conquista do bicampeonato de 1958 -1959
trouxe imensa alegria a nação rubro verde. A façanha de conquistar o título no
cinquentenário, só o nosso São Paulo conseguiu. O esquadrão de 58, liderados
por Ferrinho, José, Sanchez, Jesus Réquia, o grande Celso e outros
diferenciados atletas ajudaram a escrever parte da nossa vitoriosa história.
O
início da década de 60 foi de preocupação para a família são-paulina na área do
futebol, o clube não se preparou para as mudanças que estavam ocorrendo no
futebol gaúcho, à partir de 1961 promovidas pela então Federação Rio-grandense
de Futebol, mas não se descuidou do patrimônio, pois foram inauguradas as
arquibancadas da Rua América. Mas em 1968, sob a presidência de Idelfonso João
Poester Sobrinho, tendo no comando técnico Nei Amado Costa e um esquadrão de
respeito onde Aldo Bernardes foi o grande goleador, o Leão do Parque conquistou
o vice-campeonato da então Divisão de Acesso e garantiu vaga para o Campeonato
Gaúcho, juntando-se aos coirmãos a elite do futebol gaúcho. Dentro desta
década, foi muito festejada pela nação são-paulina, o início da conquista do
octacampeonato citadino, 1966-1973.
Jovens
ardorosos são-paulinos chegam ao clube, liderados por Pedro Paulo Valente que
assume a presidência em 1970, o clube conquista o seu segundo título estadual,
o de Campeão Gaúcho da Segunda Divisão em memorável disputa com o Ypiranga de
Erexim, à época escrito com x, onde os comandados de Lenir Ferreira venceram o
poderoso rival, onde o capitão Flávio Salles comandava a defesa e Jader e Nilo
se encarregavam na marcação dos gols.
Está
década estava escrita como sendo a de afirmação do São Paulo no cenário
estadual e nacional. Em 1977 foi inaugurado o moderno sistema de iluminação na
gestão de Jovino Mansan, em 78 e 79 foram realizadas todas as obras de
infra-estrutura no estádio, como vestiários, refeitório, e as monumentais
arquibancadas conforme cronograma acertado com os presidentes Rubens
Hofmeister, Renato Lempek (1978) e Edemir Ribeiro (1979). O terceiro lugar no
Gauchão e a participação no Campeonato Nacional – Copa de Prata foram os
destaques esportivo, sob a liderança do técnico Ernesto Guedes, atletas como
Sérgio, Antônio Carlos, Luiz Carlos, Tadeu e Paulo Barroco, Paulo Ferro, Motor,
Astronauta e Valdir Lima, Toquinho Romário e Lettieri encantavam e lotavam o
nosso estádio. Festejamos aqui o nome do ex-patrono Aldo Dapuzzo, onde através
do seu trabalho e dedicação, liderou todos os movimentos de melhorias enquanto
teve saúde. A Copa de Ouro, antigo Campeonato Brasileiro da série A, em 1980
foi extasiante para a Nação São-paulina, corrigidos os rumos de início de
campeonato, a direção liderada por Valdomiro Lima foi buscar novamente o
técnico Ernesto Guedes, cujo retorno foi marcado pelo jogo contra o Flamengo,
comandado por Zico o rubro negro carioca viu o Leão do Parque realizar uma
grande partida, cujo empate em zero a zero foi festejado pelos principais
jornais do Rio de Janeiro. Naquela equipe destacavam-se Carlão, Paulo César
Tatu, Néia e o rio-grandino Almir.
Marco
Eugênio foi o técnico escolhido por Domingos Escovar que comandou o futebol em
1981 sob a presidência de Renato Lempek, outro ano de gala para a torcida rubro
verde. Neste ano, o Leão foi o quarto colocado no Campeonato Gaúcho, realizou
uma viagem vitoriosa a Colômbia, Equador e Venezuela, conquistou a Copa
Governador do estado e disputou o Campeonato Nacional, que se chamava Copa de
Prata.
O
ano de 1985 reservava grandes surpresas e alegrias do São Paulo, disputou a
Segunda Divisão, o clube foi convidado para disputar a Copa Sesquicentenário da
Revolução Farroupilha. Jamais seus organizadores poderiam imaginar que o São
Paulo chegaria ao título, disputando com as equipes principais de Grêmio e
Internacional Sob a presidência de Ernani Freire, tendo no comando técnico
Jaime Schimidt e o prof. Pedro Pepe, jogadores rio-grandinos como Nando, Paulo
Barroco e Luizinho.
Nos
80 anos do Leão do Parque em 1988 o hino do clube foi oficializado, através de
concurso realizado, que constava da programação de aniversário, cuja vencedora
foi a senhora Raquel Rodrigues de Farias. Início da década de 90, mais
precisamente em 91 o Conselho Deliberativo do clube se mobiliza e convida
Manoel Jorge Feijó da Silva para assumir o comando Rubro-verde, o ex-presidente
Francisco Borges assume o comando do futebol e o técnico Francisco Neto, o
Chiquinho, é contratado com a missão de trazer o clube ao convívio da Primeira
Divisão. Uma equipe de jogadores foi trazida de fora das fronteiras do nosso
Rio Grande, mas foi nos pés de Toquinho, que retornava ao São Paulo, que em um
jogo memorável em Bagé, onde aquela cidade não esperava uma imensa presença de
torcedores rubro-verdes, o São Paulo venceu e voltou classificado para o
Gauchão de 1992.
Já
no início do novo século, a diretoria comandada por Egas Schowshow foi buscar
uma parceria junto com o já conhecido e amigo do clube Ernesto Guedes,
retornando em 2001 a elite do futebol gaúcho. O São Paulo permaneceu na elite
até o ano de 2002, quando novamente foi rebaixado à Segundona Gaúcha.
Com
a proximidade do centenário, comemorado em 2008, uma comissão formada por
ex-presidentes e torcedores autênticos, começou a trabalhar na confecção da
programação. Foi nas reuniões semanais da Comissão do Centenário que foi
estruturada a nova composição do Conselho Deliberativo, o I Simpósio do Leão do
Parque – Planejamento Estratégico foi realizado no Salão Nobre do Colégio
Marista São Francisco, começava a se chegar à Comissão o empresário Ivo Artigas
Costa, convidado pela presidente do Conselho Deliberativo Mirim Fritzen.
Através de uma radiografia que foi realizada, pode-se avaliar a situação real
que o clube se encontrava. Coragem não faltou a Ivo Artigas, que aceitou
comandar o clube no ano do Centenário e com tantos problemas a serem sanados.
Imprimiu. Ele uma administração diferente, a partir do trabalho com
profissionais remunerados.
Através
dos bons resultados iniciais dentro do campo, com o quarto lugar na Segundona
Gaúcha de 2008 e 2010, a autoestima do torcedor foi recuperada, o estádio Aldo
Dapuzzo, já desacostumado com as multidões, volta ao seu colorido habitual do
século passado e todos aqueles torcedores que sempre carregaram as cores em
seus corações retornaram, assim como essa paixão foi amplamente germinada em
torcedores mais jovens e de novos habitantes da cidade com a criação do Polo
Naval. Esta nova fase inaugurada pelo centenário do clube representa uma grande
retomada que está em curso no presente momento e tem gerado bons frutos como o
acesso à elite do futebol gaúcho em 2013 e as boas campanhas nos Gauchões de
2014 e 2015.
O São Paulo foi rebaixado Divisão de
Acesso neste ano e em 2019 buscará o retorno à elite do futebol gaúcho.
Foto e fonte: Site do Sport Clube São Paulo de Rio Grande
Te aprochega e conheça o Sport Club Rio Grande
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