Jorge Guedes - o cantor missioneiro do sucesso Nego Betão
quarta-feira, junho 27, 2018
O blog Repórter Riograndense nasceu
da iniciativa do jornalista Mateus Rosa da cidade de Vacaria, amante da escrita
e da música gaúcha. Cresci ouvindo Teixeirinha, Os Monarcas, José Mendes, Tchê
Garotos entre outros artistas.
Em cinco anos de blog, pela vez
entrevistei um grande nome da música gaúcha – o missioneiro Jorge Guedes. Jorge
Guedes & Família ficaram bem conhecidos através da música “Nego
Betão”.
Jorge Procópio Ferreira Guedes, ou
Jorge Guedes nasceu em São Luiz Gonzaga no dia 13 de setembro de 1964 é um
cantor e compositor da Música nativista, missioneiro e parceiro de arte de
nomes como Noel Guarany, Jayme Caetano Braun e Cenair Maicá.
Jorge Guedes é um dos melhores cantores
do Rio Grande do Sul, sendo um divulgador da cultura missioneira em palcos
nacionais e internacionais e programas de grande notoriedade como o Programa do
Jô e Sr. Brasil com Rolando Boldrin.
Em 2014 recebeu da assembleia
legislativa do estado do Rio Grande do Sul o prêmio Vitor Mateus Teixeira, na
categoria de melhor compositor.
Nesta entrevista exclusiva ao
blog Repórter Riograndense fala a sua carreira, influências
musicais de tocar ao lado dos filhos e do sucesso Nego Betão, que inclusive foi
regravada recentemente pelo grupo Os Serranos.
Desde já, quero agradecer a produtora
executiva de Jorge Guedes & Família, Eloisa Pes, que entrou em contato
comigo para repassar o material de divulgação do cantor e possibilitou esta
entrevista.
Espero em breve trazer outros nomes da
música gaúcha, sejam cantores nativistas ou integrantes de grupos de baile
gaúcho. Fiquem com a entrevista.
Como começou a carreira?
Jorge
Guedes: Eu comecei ao lado da minha
família, com meus irmãos e meu pai, depois com o Conjunto Os Caranchos nos anos
80. O meu primeiro disco foi ao lado de Noel Guarany, no LP “A volta do
Missioneiro” e a partir daí, segui gravando trabalhos individuais, nessa carreira
que soma mais de 30 anos. Hoje com a família, buscamos resgatar e divulgar, em
todos os meios, a nossa arte e música gaúcha.
Quais são as principais influências?
JG:
Graças a Deus, a nossa região missioneira soube ser fértil musicalmente, tive
influências de grandes artistas como Noel Guarany, Cenair Maicá, Jayme Caetano Braun, Telmo de Lima Freitas, Reduzino Malaquias e outros grandes nomes, que foram
essenciais para a nossa formação cultural. Em casa tive uma família musical,
sendo o meu pai “Chico Guedes” o nosso grande mentor.
Quando surgiu a ideia de formar um
grupo musical com os seus filhos? Como é esta experiência?
JG: A
música é algo que passa de geração em geração na nossa família, não foi
diferente com meus filhos, que desde muito jovens, tiveram interesse e
responsabilidade com a nossa música. Hoje fazem dessa arte a sua profissão,
profissionais talentosos que carregam comigo, um legado e uma história. Estar e
trabalhar com os filhos é maravilhoso e empolgante. Me sinto um privilegiado.
Fale sobre a inspiração da música “Nego
Betão”? Você considera seu maior sucesso? Porquê?
JG: Tivemos a felicidade de poder
prestar essa homenagem em vida, ao grande Nego Betão, do velho Santo Antônio
das Missões. Este amigo e campeiro de fato, foi a figura central do nosso tema,
pois, o Nego Betão, carregava na estampa e na sua maneira de ser, a
autenticidade do espírito gaúcho. Essa parceria com o compadre João
Sampaio, se tornou um grande sucesso, talvez o maior em nossa carreira, é um
trabalho verdadeiro e original, que segue forte, pelo apelo cultural e humano
que tem. É emocionante ver essa música cantada pelo povo, e em especial pelas
crianças, em todos os lugares que a gente passa. Isso nos gratifica e alegra
imensamente.
Fale sobre os Prêmios que você já
recebeu durante a sua carreira? Qual foi o mais marcante?
JG: Ser
lembrado e poder representar um gênero tão importe, nos motiva demais, nos
lembrando, que estamos no caminho certo. Receber o carinho dos amigos que
gostam do nosso trabalho, não tem preço, como foi na enquete do G1, em que
recebemos 3 indicações e 50 mil votos. Também foi marcante o Prêmio Vitor
Mateus Teixeira (Teixeirinha), comigo como melhor compositor em 2014 e minha
filha, Anahy Guedes, melhor cantora em 2017.
O que os fãs podem esperar do novo
trabalho de Jorge Guedes & Família?
JG: Os
nossos amigos e fãs, podem esperar o nosso respeito e comprometimento com a
história musical gaúcha, queremos trazer neste novo trabalho muita alegria, aos
apreciadores da música gaúcha e missioneira. Acreditamos que é importante
contar e cantar em versos, os nossos costumes e tradições culturais, trazendo o
cantar autêntico do cancioneiro guaranítico e Rio-grandense.
Uma mensagem final a todos que
acompanham e gostam do seu trabalho e da música missioneira.
JG:
Queremos deixar a todos, o nosso abraço missioneiro, que esse ano reserve
grandes alegrias e realizações aos amigos. Nós da Família Guedes, estamos
levando o canto que brota do chão missioneiro, para todos os rincões e
recantos, que esperam uma mensagem de paz e compromisso, com as raízes do Sul
do país. Um grande e fraterno abraço de Jorge Guedes & Família.
Informações sobre os Integrantes de
Jorge Guedes & Família
Jorge
Guedes
Artista comprometido com o chão onde
pisa, o tempo em que vive e com uma escola musical surgida com o pioneirismo de
Noel Guarany (com quem iniciou fonograficamente e por quem foi apontado como
herdeiro e sucessor artístico). Jorge Guedes, juntamente com sua Família, vem
trilhando uma senda de manutenção e revitalização de uma memória e uma
identidade guarani e missioneira.
Jorge Guedes andou com sua família pelo
Rio Grande do Sul, pelo Brasil e pela América Latina participando de eventos de
grande visibilidade midiática, como o Encontro Internacional de Chamameceros, a
Mostra da Arte Missioneira em Posadas na Argentina, Programa do Jô Soares, Sr.
Brasil com Rolando Boldrin, as comemorações dos 40 anos da morte de Che Guevara
na Bolívia e inúmeros shows em festivais e em teatros para plateias seletas. Em
2014 recebeu da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul o prêmio ‘’Teixeirinha’’ na
categoria melhor compositor e também no mesmo ano com ‘’Nego Betão’’,
a melhor música do ano.
Em 2016 conquistou o melhor CD do ano
com o álbum ‘’Um Cacique e Sua Gente’’ e melhor música do ano, ‘’Que
Nem Dois Ermão” e a indicação de melhor cantora com Anahy
Guedes, em uma enquete realizada por Giovani Grizotti e RBS TV, em votação
via internet, aonde Jorge Guedes & Família acumularam com as três
indicações mais de 70.000 votos. Tem vários trabalhos gravados sendo o primeiro
com Noel Guarany, ''A Volta do Missioneiro'' e depois trabalhos
solos como Terra Missioneira, Paisagens de Fim de Tarde, Por Quê Será
Che Guevara, De Boina e Alpargatas, Das Missões Às Cordilheiras e com
a Família os álbuns Sem Tinta e Um Cacique e Sua Gente. Recentemente gravou uma série de clipes, em São
Luiz Gonzaga estendendo-se por toda região missioneira, ideia esta que a
família vem planejando há um bom tempo, buscando retratar o que há de mais
original e autêntico. Em setembro de 2017 foi disponibilizado na internet seu
primeiro clipe, que foi gravado na estância onde viveu Getúlio Vargas, com a
música “Rio Grande no Coração” de (Jorge Guedes/João Sampaio).
Anahy Guedes
Jovem cantora dona de um talento muito
especial, começou sua carreira ao lado do pai, mostrou seu talento em muitos
palcos não só no Rio grande do Sul, mas em vários cenários da América latina e
programas de âmbito nacional como o de Jô Soares.
É considerada uma das grandes
referencias da voz feminina no estado, sendo reverenciada por sua voz forte e
marcante.
Além de cantora e violonista é
compositora, teve parceria com Ramón Ayala, expoente e ícone da música
argentina.
Foi premiada duas vezes com o troféu
Pixinguinha no festival de música instrumental de Guarulhos, em São Paulo ao
lado de seus irmãos.
Em 2016 foi indicada como melhor
cantora do Rio Grande do Sul, arrecadando mais de 20.000 votos. Em novembro de
2017 ganha troféu Victor Mateus Teixeira, pela Assembleia Legislativa de melhor
cantora do ano do Rio Grande do Sul.
Karaí Guedes
Conhecido como violonista prodígio por
vários críticos não só da música regional, mas também da música popular
brasileira, Karaí Guedes teve como professo o pai Jorge Guedes.
O jovem Karaí, cantor e guitarreiro já
representou o estado em palcos grandiosos como no Teatro Municipal do Rio de
Janeiro ao lado da orquestra sinfônica e de Yamandú Costa, onde foi aplaudido
de pé. Foi escolhido entre quatro violonistas brasileiros, para homenagear o
grande Raphael Rabello, na TV cultura nacional.
Já dividiu o palco com músicos como
Raulito Barbosa, Rudy y Nini Flores, Lucio Yanel, Luiz Carlos Borges, Yamandú
Costa entre tantos outros, que não só compartilharam o cenário, mas que foram
conquistados pelo talento desse gaúcho.
San
Pedro de la Cordeona
Esse instrumentista do acordeom
cromático de cinco ilheiras, conquistou o respeito de mestres como Raulito
Barbosa, Oscar dos Reis, Gilberto Monteiro, Mirco Patarini, Luiz Carlos Borges,
Renato Borguetti entre tantos outros.
Inspirou se muito na cordeona do
gaiteiro das missões Reduzino Malaquias e seu avô Chico Guedes.
Ao lado da família participou de vários
festivais, entre eles o Fiesta Nacional del Chamamé em Corrientes Argentina,
Festival de música instrumental de Guarulhos e vários festivais da música
gaúcha.
Sempre junto do pai, já esteve na
Bolívia nos 40 anos de morte do Che Guevara, no Jô Soares e em muitos palcos e
programas de destaque.
Santiago Pacheco
Esse argentino “santiagueño” de origem “Quíchua”,
desde pequeno trouxe o talento herdado da família.
Músico desde sempre traz consigo a
cultura de onde vem. Baixista e percussionista, resgata em seu trabalho a
música índia que corre em suas veias. Já esteve em vários palcos pela América
latina, trocando informações com os povos “Hermanos”.
Hoje com a família Guedes, veio a
integrar e ressaltar a irmandade dos povos latino americanos.
Andresito
Guarany
Este jovem acordeonista e cantor, filho
mais novo de Jorge Guedes, desde muito cedo mostrou grande personalidade e
talento para a música. Esteve com a família em festivais como o Encontro
Internacional de Chamameceros, Fiesta Nacional del Chamame em Corrientes,
Festival Da Tafona em Osório, A Mostra da Arte Missioneira em Posadas na
Argentina e outros eventos de grande notoriedade do Rio Grande.
Andresito traz em seu acordeom, grandes
influencias nacionais e internacionais, trazendo a essência missioneira e
gaúcha em seu toque e a vertente latino-americana em sua maneira de expressar a
música. Grande promessa e já realidade do acordeom piano e canto no estado,
veio a agregar forças com a família em prol da arte, da nossa terra e da nossa
gente.
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