Regional
sexta-feira, janeiro 29, 2016
Um rangido de basteira, um redomão de bocal
Um universo rural num sentimento profundo
Que antes de sermos do mundo, temos que ser regional
Meu canto crioulo é qual pasto nativo
Que brota com força e se estende na pampa
Juntou rebeldias pelas recolutas
Da raça mais bruta herdou essa estampa
É grito tropeiro, é mugido de tropa
E assim se alvorota pedindo bolada
Cincerro de bronze chamando a tropilha
Clafim farroupilha anunciando alvorada
Curtido a minuano e a pó de mangueira
A berro de touro e relincho de potro
Moldei este canto praino campeiro
Por ser verdadeiro é sinuelo pra os outros
Se quedou então Regional
Pela tradição que traduz o seu jeito
Tendo sentimento de pátria no sangue
E amor ao Rio Grande batendo no peito
Regional por devoção, regional de nascimento
Regional no pensamento, na conduta e na emoção
Lá num oco do rincão trancando o pé na macega
Que um regional não se entrega tendo ou não tendo razão
Mistura de verso e resmungo de gaita
Conceito de povo templado na guerra
Que fez seu destino arrastando choronas
Gravando o idioma no lombo da terra
Carrega nas cinzas de cada memória
A alma e a história de um pago ancestral
Forjadas num lenço, parte de bandeira
Brasão de fronteira, padrão regional.
Composição: Anomar Danúbio Vieira
Intérprete: César Oliveira & Rogério Melo
Confira o clipe da música Regional que mostra vida do campo
do gaúcho:
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