Wilson Paim
segunda-feira, setembro 14, 2015
Conhecido como a voz romântica da música gaúcha, Wilson Paim
é um dos maiores nomes da música regional da atualidade. Consolidou seu
trabalho nos festivais nativistas nas décadas de 80 e 90, especialmente como
intérprete e compositor de belíssimas melodias, angariando centenas de
premiações. Posteriormente, desenvolveu sua carreira fora do circuito dos
festivais, dedicando-se aos seus shows e lançamentos de discos, que hoje somam
48 álbuns e dois DVD’s.
Considerado pela crítica especializada do Rio Grande do Sul
como um dos melhores intérpretes deste estado, Wilson Paim une melodiosa voz,
técnica e carisma, interpretando nos seus shows e discos, com naturalidade,
desde clássicos do nativismo gaúcho até pérolas da Música Popular Brasileira.
Não se preocupa em definir um único estilo; preocupa-se, apenas, em apresentar
um trabalho de qualidade e principalmente verdadeiro – cantando o que gosta e o
que lhe vai na alma, resultando em álbuns e espetáculos reunindo somente
“músicas que contenham mensagens” . Talvez, sua principal característica seja o
extremo bom gosto na escolha de seus repertórios.
Wilson Paim é um cantor eclético, maior prova são suas
diversas regravações de músicas consagradas de grandes autores nacionais, entre
eles: Guilherme Arantes, Renato Teixeira, Lupicínio Rodrigues, Cartola, Hermes
Aquino, entre outros. Mas “imprime”, de maneira impecável, em todos seus
discos, a sonoridade da bela música nativista gaúcha. Grava, por achar belo,
temas de linguagem sul-rio-grandense, sempre com uma “grande dose” de
romantismo, que o define como um cantor, acima de tudo, ROMÂNTICO.
Dono de inúmeras qualidades vocais, premiadíssimo em
festivais no sul do Brasil, onde aos 17 anos participou pela primeira vez e
conquistou o reconhecimento do seu trabalho e talento, pois com frequência era
premiado como melhor intérprete do festival ou conduzia a música que defendia
às primeiras colocações. Gravou mais de 400 músicas nos discos destes
festivais.
A primeira música que gravou foi MARTIM PESCADOR (José V. Leães/
Adroaldo Mendes Machado) no festival 3ª Coxilha Nativista de Cruz Alta, em
1983. Esta, intitulou seu primeiro LP, lançado, de forma independente em 1985.
Por MARTIM PESCADOR já se via uma tendência do cantor – pelas letras ligadas à
contemplação, exaltação e preservação da natureza. E, ao escutar todos seus
trabalhos, verificamos seu interesse pelos mais diversos temas: morais;
nostálgicos – principalmente os relacionados à infância; apaixonados; boêmios;
religiosos; etc; tradicionais gaúchos ou universais – e nota-se que a cada
música algo se soma à nossa formação ou ao nosso espírito e passamos a conhecer
um pouco mais da própria pessoa do cantor, pois “sua música é muito pessoal”.
Em 1989, depois de classificar no festival 1º Rimula da
Canção Regional, (Rimula Shell), em São Paulo, uma composição entre 5 mil
concorrentes e se apresentar neste festival que foi transmitido para todo
Brasil pelo SBT, Paim concluiu que a música gaúcha também poderia fazer parte
do contexto da música regional brasileira. Decidiu, então, iniciar um
intercâmbio musical. Naquele mesmo ano, por sugestão de Sérgio Reis, regravou
CIDADÃO (de Lúcio Barbosa - gravação original de Zé Geraldo), e, por parte de
muitos gaúchos, recebeu inúmeras críticas por incluir no seu repertório canções
que não tivessem identificação direta com o Rio Grande do Sul. Hoje, CIDADÃO é
uma das músicas mais solicitadas em seus shows. As pessoas absorveram a
mensagem da obra, deixando de priorizar a questão território (fora ou dentro do
RS; se fala ou não do gaúcho e seus costumes. Isso não deveria nem deve ser uma
regra geral de aceitação. Porém, na época, ocorreu.) – Esta música retrata uma
realidade vivida em todo Brasil e denuncia fatos tocantes que fazem parte do
dia-a-dia no nosso país: pobreza, discriminação, esperança na religião.
Contando com a parceria de talentosos compositores gaúchos
inúmeras obras conquistaram o sucesso na interpretação de Wilson Paim, como
AINDA EXISTE UM LUGAR (Ivo B. Brum/ Miguel Marques); PAIXÃO CAMPESINA (Luiz
Godinho/ Zulmar Benites); VITÓRIA-RÉGIA (Salvador Lamberty/Wilson Paim);
REENCONTRO (Dorval Dias/ Salvador Lamberty/ Wilson Paim), entre muitas outras.
Mas, foram protagonistas de uma carreira brilhante, ao lado das músicas
nativistas, obras de compositores de fora do RS, que fizeram sucesso também com
a regravação do cantor, a exemplo de VOA LIBERDADE (Mário Maranhão/ Eunice
Barbosa/ Mário Marcos); ALMA GÊMEA (Peninha), e TE AMO (The Sounds of Silence)
(de Paul Simon com versão do compositor gaúcho Jaime Brum Carlos), que estão
entre as mais pedidas em seus shows.
A consagração de WILSON PAIM veio após 13 álbuns lançados, em
1996, através de um projeto inusitado: Lançou um CD cantando músicas natalinas,
o “NATAL GAÚCHO”, que vendeu mais de 100 mil cópias em apenas 45 dias! Foi o 7º
músico gaúcho a receber DISCO DE OURO. O jornalista Marcelo Machado, (Zero Hora
– P. Alegre) escreveu: “Mais do que pelo bom resultado das vendas do CD
natalino, Paim merecia um reconhecimento pelo conjunto de seu trabalho”.
Além, dos CD’s de carreira, gravou “CD’s especiais”, de
grande vendagem e que conquistaram críticas honrosas, como “WILSON PAIM CANTA
LUPI” (1998), reunindo inesquecíveis obras do saudoso compositor LUPICÍNIO
RODRIGUES; “AVE MARIA” (1998), reunindo as mais belas canções de Ave Maria e
"HOMENAGEM ÀS MÃES NA VOZ DE WILSON PAIM" (2006), trabalhos que
revelam todo o potencial de voz e sensibilidade de WILSON PAIM.
Atualmente, o cantor e também compositor de elogiadas
melodias, que é natural de Alegrete/RS e residente em Porto Alegre, possui 48
trabalhos lançados, incluindo dois DVD’s.
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