A Lenda do Chimarrão
domingo, agosto 23, 2015
Conta a lenda da erva-mate que um velho guerreiro guarani
vivia triste em sua cabana pois já não podia mais sair para as guerras, nem
mesmo para caçar e pescar, vivendo só com sua linda filha yari, que o tratava
com muito carinho, conservando-se solteira para melhor dedicar-se ao pai.
Um dia, Yari e seu pai receberam a visita de um viajante que
pernoitou na cabana recebendo seus melhores tratos. A jovem cantou para que o
visitante adormecesse e tivesse um sono tranquilo, entoando um canto suave e
triste.
Ao amanhecer, o viajante confessando ser enviado de Tupã,
quis retribuir-lhes a hospitalidade dizendo que atenderia a qualquer desejo,
mesmo o mais remoto. O velho guerreiro, sabendo que sua jovem filha não se
casara para não abandoná-lo, pediu que lhe fosse devolvidas as forças, para que
yari se tornasse livre.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvore de
Caá, ensinando-lhe a preparar uma infusão que lhe devolveria todo o vigor.
Transformou ainda Yari, em deusa dos ervais e protetora da raça Guarani, sendo
chamada de Caá-Yari, a deusa da erva-mate. E assim, a erva foi usada por todos
os guerreiros da tribo, tornando-os mais fortes e valentes.
Quando os espanhóis por aqui chegaram, encontraram os índios
guaranis dóceis e receptivos, já então utilizando uma bebida que sorviam em
cabaças por meio de um canudo, preparada, com folhas de uma árvore nativa da
região chamada "cáa" dizendo que esta lhes havia sido dada pelo deus
Tupã. De imediato os espanhóis adquiriram este hábito e passaram a tomar o
chimarrão, desde os soldados até oficiais, sem distinção de classes sociais.
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