Do Fundo da Grota - Baitaca
quinta-feira, maio 14, 2015
Fui criado
na campanha
Em rancho de
barro e capim
Por isso é
que eu canto assim
Pra relembrá
meu passado
Eu me criei
arremendado
Dormindo
pelos galpão
Perto de um
fogo de chão
Com os
cabelo enfumaçado
Quando rompe
a estrela D'alva
Aquento a
chaleira
Já quase no
clariá o dia
Meu pingo de
arreio
Relincha na
estrevaria
Enquanto uma
saracura
Vai cantando
empulerada
Escuto o
grito do sorro
E lá no
piquete
Relincha o
potro tordilho
Na boca da
noite
Me aparece
um zorrilho
Vem mijá
perto de casa
Pra inticá
com a cachorrada
Numa cama de
pelego
Me acordo de
madrugada
Escuto uma
mão pelada
Acoando no
banhadal
Eu me criei
xucro e bagual
Honrando o
sistema antigo
Comendo
feijão mexido
Com pouca
graxa e sem sal
Quando rompe
a estrela D'alva...
Escuto o
grito do sorro
E lá no
piquete
Relincha o
potro tordilho
Na boca da
noite
Me aparece
um zorrilho
Vem mijá
perto de casa
Pra inticá
com a guaipecada
Tô formando
um alambrado
Na beira de
um corredor
No cabo de
um socador
Quas mão
rodeada de calo
No meu mango
eu dou de estalo
E sigo a
minha campeirada
E ma perdiz
ressabiada
Voa e me
espanta o cavalo
Quando rompe
e estrela D'alva
Lá no canto
do capão
O assoviar
de um nambú
Numa
trincheira o jacú
Grita o
sabiá nas pitanga
E bem na
costa da sanga
Berra a vaca
e o bezerro
No barulho
dos cincerro
Eu encontro
os bois de canga
Quando rompe
e estrela D'alva
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