Osvaldir e Carlos Magrão
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Relatar
a história de Oswaldir & Carlos Magrão, não há como começar, sem fazer
referência ao Bar Recanto Nativo, sucesso da noite nativista de Passo Fundo, na
década de 80 e é claro ao amigo Dutra, que conseguiu reunir esses dois grandes
músicos pela primeira vez pra tocarem juntos. Osvaldir Didoné Souto de Passo
Fundo, já tinha formado vários conjuntos: Os Invencíveis, Banda 01, sempre
conciliando a carreira musical com a sua primeira grande paixão: a fotografia.
O fato que por volta de 1985, ele já estava à frente do Bar Recanto Nativo, que
trazia a Passo Fundo os grandes nomes da época como Luis Carlos Borges, Rui
Biriva, Daniel Torres, Dante Ramon Ledesma, etc... Do outro lado, acabava de
chegar à cidade, vindo de Campo Novo, um jovem gaiteiro que queria estudar na
Faculdade, mas que por força do talento veio ao encontro dos músicos que faziam
o movimento rock de Passo Fundo. Carlos Eugênio Knob tinha-se criado com o pai
tocando em CTG e invernadas, mas a sua maior vontade era tocar teclado, sonho
que conseguiu realizar em Passo Fundo no conjunto Reflexo Som, que se
transformou depois no Fogo de Chão onde o Magrão reencontrou o acordeon.
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O Encontro
E
foi por volta de 1985 que aconteceu o encontro dos nossos protagonistas.
Convidados a gravar o clipe de uma música em Porto Alegre acompanhando outro
artista, o amigo Dutra; Osvaldir no baixo e Magrão no teclado conheceram-se e o
primeiro trabalho junto, foi marcado. O fato é que Osvaldir animava as noites
do Recanto Nativo com outros músicos e convidou então o gaiteiro Magrão pra fazer
este trabalho. O sucesso a partir daí começou a rondar a dupla. Eles abriam os
shows já consagrados que vinham a casa, e muitas vezes eram capazes de arrancar
mais aplausos do que os próprios artistas principais. Certo dia, um amigo
concluiu: “vocês tem que ser a atração principal da noite”! Estava certo. Foram
cerca de 5 anos tocando e contribuindo para o sucesso de um bar que ficou
marcado na história da noite Passofundense.
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A Dupla
Nascia
então a dupla Oswaldir & Carlos Magrão. Começaram a viajar a região fazendo
shows, na velha caravan vermelha, levando inclusive o equipamento para as
apresentações. Os primeiros fãs então começaram a pedir o disco, e foi com a
ajuda de dois grandes amigos de Concórdia SC Jonas Muraski e Darci Petkov, que
eles realizaram a gravação do primeiro long play: Versos, Guitarra e Caminho
1988 pela gravadora Acit com as músicas: Um Pito, Santa Helena da Serra, e Melo
do Cruzaids, música com a qual ganharam a Mais Popular na 7ª SEARA da Canção de
Carazinho-Rs.
Começaram
então várias apresentações no Sudoeste de Santa Catarina capitaneados pelo
parceiro e amigo Nédio Vani que levou a dupla na mala de garupa.
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Novos Desafios
Veio
à tona aí uma velha e sincera amizade do Osvaldir com o grande Sérgio Reis, por
tê-lo acompanhado inúmeras vezes com o conjunto os Invencíveis, por vários
cantos do Brasil. A dupla foi abrir os shows do Sérgio Reis, num projeto
chamado SOM DA SAFRA, da empresa Agroceres. E nesses encontros ele propôs a
dupla se gostariam de colocar alguma música no Festival Rimula Schell em São
Paulo. E eles disseram que tinha uma música que o Tom Gomes ouviu num jantar na
casa do Gessi, e daí cantaram o refrão
pra ele: “o que há o que é que tem uma tetinha nunca fez mal pra ninguém”... E
aí estava nascendo o primeiro grande sucesso: a música TETINHA, que ganhou o
primeiro festival Rimula Schell de música regional brasileira e consagrou a
dupla em todo o país. O prêmio repercutiu em todo o Brasil e então a dupla
resolveu ir morar em São Paulo permanecendo por 5 anos, trabalhando como
profissionais da música, o que proporcionou grandes amizades como Zezé de
Camargo e Joel Marques, João Paulo e Daniel, Eduardo Araújo e Silvinha e tantos outros. A música entrou então no repertório do
segundo disco Ruas e Luas, em 1990 pela gravadora Clave de Sol que tinha como
diretores Eduardo Araújo e João Sidnei
Gessi, com a produção de Eduardo Araújo gravaram no Estúdio Mosh, junto com
Adeus Mariana (Pedro Raimundo) Vá Embora Tristeza (José Mendes), Estrada Velha
(Com participação de Sérgio Reis). As apresentações se espalharam por todo o
país e no ano de 1993 veio o terceiro disco pela então Gravadora Continental
trazendo a primeira gravação da música Querência Amada. Em 1994 pela Warner
lançam o cd Festeral, com sucessos como O Colono (Teixeirinha) e Você
Endoideceu meu Coração (Nando Cordel), com participação de Dominguinhos.
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Disco de Ouro
A
saudade de casa começou a apertar e neste ano a dupla resolve voltar pro Sul.
Assinaram novamente com a Gravadora Acit e, em 1995 lançam o cd Querência Amada
que se consagra como o cd mais vendido da dupla até hoje. A música tornou-se um
hino no Rio Grande do Sul, ultrapassou a marca de mais de 400 mil discos
vendidos e deu o primeiro disco de Ouro da carreira de Oswaldir & Carlos
Magrão. Sucessos como: Outras Fronteira (Elizeu Vargas e Carlos Magrão),
Querência
Amada (Teixeirinha), Prece (José Mendes e Jayme Caetano Braum), Nós (Valteron
Cardoso), Eu Sou do Sul (Elton Saldanha), Herdeiro da Pampa Pobre ( Vaine Darde
e Gaúcho da Fronteira) e Roda de Chimarrão ( Joel Marques) fazem deste disco
até hoje o mais vendido e mais conhecido da dupla.
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A Consagração
Com
a carreira consolidada principalmente nos estados do sul, em 1998 lançam o cd
Lago Verde Azul, também pela gravadora Acit, que destaca mais sucessos como
Herança Nativa (Joel Marques), Mocinho Aventureiro (Teixeirinha) Lago Verde
Azul (Elmo de Freitas) e Guri (Júlio Machado da Silva e João Batista Machado).
Em 2002 com Mulher Chorona seguem traçando uma trajetória de sucesso e de
repercussão em todo o Brasil como divulgadores da cultura gaúcha através de
suas músicas e costumes. Alcançando grande sucesso nos Estados de São Paulo,
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, bem como, Colômbia, Uruguai e
Paraguai.
O
humor sempre esteve presente no repertório de Oswaldir & Carlos Magrão, e
em 2002 gravam, Como É Que Eu To Nesse Corpo (Mano Lima) e em 2007 a música A
Patroa Ta Dando Choque (André Augusto), levando a marca da alegria e brilhante
capacidade de interpretação.
Em
2008 lançaram o cd Lua Bonita pela gravadora Usa Discos e com produção de Amaro
Peres. Destaque para as músicas: Porque Nasci Aqui (Jairinho Delgado), Picaço
Velho (José Mendes), Um Bagual Corcoveador (João Sampaio, Walther Morais e
Quide Grande) e Lua Bonita (Joel Marques e Rafael).
São
15 discos lançados e mais de um milhão de cópias vendidas, que lhes rendeu o
disco de platina em novembro de 2011,
fãs espalhados por todo o país entre todas as faixas etárias, o que faz
de Oswaldir & Carlos Magrão a dupla de ouro do Rio Grande do Sul.
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