Os Monarcas
sexta-feira, julho 30, 2010
Aquele que procura a história do grupo musical OS MONARCAS
principia uma viagem através do tempo e da própria evolução da música
regionalista gaúcha. Depois de tantos anos dedicados à música gauchesca,
pode-se dizer que a história do conjunto OS MONARCAS e a história da música
regionalista gaúcha são fenômenos indissociáveis, chegando mesmo a se
confundir.
Comecemos esta
narrativa em 18 de janeiro de 1942, data de nascimento do fundador do grupo:
Nesio Alves Corrêa, o Gildinho, como é conhecido. Nascido em Soledade, numa
família humilde e numerosa, foi criado em meio às lides campeiras. Muito cedo
ficou órfão de pai e talvez tenha herdado dele, que era acordeonista, um
irresistível amor à música gaúcha. Com apenas 15 anos este piazito já "arranhava"
uma cordeona nos autênticos e saudosos bailes de candeeiro.
Este rapazote, que
acalentava sonhos de vitória, em 1961 botou o pé no mundo, deu de rédeas no
destino e encontrou paragem em Erechim/RS. Meio acaboclado, mas cheio de
determinação, Nesio iniciou, em 1963, o programa radiofônico "Amanhecer no
Rio Grande", pela Rádio Difusão de Erechim. Com a audiência do programa,
passou a animar pequenos bailes na região, em 1966, o convite para apresentar o
programa "Assim Canta o Rio Grande", na Rádio Erechim, que esteve no
ar até 1984.
Em 1967 boleou a
perna para Erechim o Chiquito, irmão caçula de Gildinho e Herdeiro da mesma
paixão pela música. Unindo forças formaram a dupla "Gildinho e
Chiquito", que foi o embrião do Conjunto Musical OS MONARCAS. Sem dúvida
que a dupla de irmãos gaiteiros passou por momentos difíceis. Durante alguns
anos penaram trabalhando exclusivamente em pequenos bailes na região de Alto
Uruguai, apresentando diariamente o Programa "Assim canta o Rio
Grande" e estudando acordem na Escola de Belas Artes.
Em 1969, apareceu
em Erechim um compositor sertanejo em busca de novos valores. Benedito Seviero
preparou a dupla "Gildinho e Chiquito" para gravar o seu primeiro
disco. Porém, o esperado LP transformou-se numa decepção para a dupla, que viu
seus anseios limitar-se a um inexpressivo compacto duplo, que hoje, é amarga
lembrança de um tempo em que a música gaúcha encontrava caminhos pouco
acolhedores para sua expansão.
Talentos musicais
em formação, a dupla de irmãos escreveu sua história com muita dedicação onde,
deu-se início ao Grupo OS MONARCAS em 1972. E quando a dedicação é acrescida
pela sorte, os resultados são astuciosos. Foi o que ocorreu em 1976, quando num
destes acasos da vida em que a sorte bate à nossa porta, três músicos: João
Argenir dos Santos - guitarra, Luiz Carlos Lanfredi - contra-baixo, e Nelson
Falkembach - bateria, se juntaram à dupla "Gildinho e Chiquito",
nascendo então o Grupo Musical OS MONARCAS.
A união destes cinco talentosos músicos resultou harmoniosa,
harmonia que à "lo largo" só fez crescer o nome do grupo que em 1978
gravou o primeiro LP (O Valentão Bombachudo) e desde então não parou mais,
gravando sucessivamente, com breves intervalos de tempo, pela Gravadora
Warner/Continental.
O 11ª CD, instituído "Cheiro de Galpão",
destacou-se no cenário musical. Segundo pesquisa editada pelo jornal TOPSON
(Cone Empresa Jornalística Ltda), o referido disco foi campeão de vendas no
Brasil, dentro os álbuns regionais lançados, vendagem que rendeu ao grupo, em
1992, o 1ºDisco de Ouro.
No LP Fandangueando
(8º) estreou a voz de Ivan Vargas, o atual vocalista do grupo, integrado à
equipe desde 1985. Em 1990, para substituir o Chiquito - que se desvinculou do
Grupo OS MONARCAS para fundar o grupo "Chiquito e Bordoneio" -
juntou-se ao grupo o talento de "Varguinhas", excelente acordeonista
que tem dado um brilho especial aos fandangos em que toca os MONARCAS. E em
1992, veio somar-se aos MONARCAS a categoria da gaita-ponto do "Chico
Brasil", premiadíssimo instrumentista, ganhador de vários troféus (mais de
40) dos rodeios que participou.
O CD, "Eu vim aqui pra dançar", rendeu o 2º Disco
de Ouro a este conjunto que também tem em seu currículo uma indicação ao Prêmio
Sharp. Na opinião da crítica especializada, no ano de 1996, OS MONARCAS foram
os melhores na animação de bailes do sul do país. No último acorde, neste ano,
o conjunto ganhou, com o CD Rodeio da Vida, o troféu de melhor disco do ano,
com destaque para a originalidade.
No ano de 1997, receberam o troféu "Laçador", como
o melhor conjunto de animação de bailes do Rio Grande do Sul. Neste mesmo ano
em Setembro, na sede do Clube Operário, em Curitiba, receberam o Troféu de
Melhor Conjunto de Música Regionalista do ano.
O ano de 1999 foi um período de muitas novidades para OS
MONARCAS, como a mudança de gravadora, da CHANTECLER para a ACIT, a gravação do
1º CD pela nova gravadora "Locomotiva Campeira" e já no final deste
mesmo ano podemos contar com presença de Vanclei da Rocha, na percussão,
juntando-se ao grupo, com toda alegria da juventude, agradando ainda mais os
fandangos por este Brasil a fora. Já no ano de 2000, podemos prestigiar a
presença deste maravilhoso grupo gauchesco, num dos maiores programas de TV o
"Ratinho", cantando Coisa Irritante do cd "No Tranco dos
Monarcas", animando a todos e nos enchendo de orgulho.
No ano de 2001 a gravação do CD "A Gaita dos
Monarcas", que causou uma grande euforia aos que apreciam uma boa gaita,
imagina só, três gaiteiro, é para deixar qualquer um de beiço caído. E no final
desse mesmo ano, a regravação de 23 grandes sucessos no CD 30 anos de estrada
dos Monarcas, veio para completar a alegria do povo.
Em março de 2002, um
dos prêmios mais esperado, se tornou realidade para este grupo na, 11ª edição
"Prêmio Açoriano de Música" da Prefeitura de Porto Alegre em conjunto
com a Secretaria Municipal da Cultura, na categoria de melhor grupo da música
regionalista do estado. O selo "ISO TCHÊ", veio para confirmar a sua
qualidade e autenticidade em tudo realizado. No início de 2003, podemos
prestigiar o novo CD "Alma de Pampa", (22º CD), mais um trabalho
gravado pela gravadora ACIT, com toda originalidade do tradicionalismo gaúcho.
OS MONARCAS - 30 anos de Estrada, com 23 grandes sucessos
regravados rendeu ao grupo mais um Disco de Ouro (o 3º conquistado), que foi
entregue em uma grande festa, em Erechim (na terra d´OS MONARCAS "como é
chamada") no mês de novembro de 2003, pela vendagem de mais de 100 mil
cópias. Já no início de 2004, veio à indicação ao Prêmio TIM DE MÚSICA, onde OS
MONARCAS ficaram entre os três finalistas de todo o Brasil, na categoria grupo
regionalista. O CD Só Sucessos está nas lojas com uma aceitação do público
imensa, várias músicas lindas, mas uma em especial "O VENTO", não tem
quem não goste.
Em abri de 2005, OS MONARCAS, receberam mais um Prêmio de
PERSONALIDADE REGIONAL - TROFÉU LUCAS VEZZARO - no Clube do Comércio em
Erechim/RS. Neste mesmo ano, em agosto, tiveram a participação no PROGRAMA RAUL
GIL, divulgando a música gaúcha para todo o Brasil. Os músicos, além de
interpretarem seus grandes sucessos, participaram do quadro do
"Banquinho", onde os artistas brincam e concorrem a um prêmio
simbólico em dinheiro. Essa experiência foi extremamente positiva. Foi um
sucesso a participação d´OS MONARCAS no RODEIO DE BARRETOS/SP, na "NOITE
DA VANERRA" e também uma excelente experiência.
Os Monarcas receberam do Governo do Estado do Rio Grande do
Sul, através da Secretaria de Estado da Cultura, o TROFÉU CULTURA GAÚCHA/2005
na categoria destaque musical no dia 26 de outubro em Porto Alegre.
O 4º Disco de Ouro da carreira pelo CD 'SÓ SUCESSOS',
receberam em uma linda festa dia 14 de Janeiro de 2006, no CTG Galpão Campeiro,
em Erechim, com a presença de mais de 1.500 convidados, fãs e amigos. Tour EUA
em Maio, OS MONARCAS mostraram para os Norte-Americanos a música
tradicionalista do sul.
As apresentações em Revere (Boston) no Clube Lido, e no CTG
Distante da Minha Terra em Newark (Nova Jersey), foram um sucesso, o público
dançou ao som fandangueiro d´OS MONARCAS.
É de se notar que este grupo, caracterizado especialmente por
um ritmo de conotação alegre, fandangueiro, evolui paralelamente à música
regionalista gaúcha, mas sempre mantendo seu estilo tradicionalista. Com 40
anos de estrada, o trabalho do Conjunto OS MONARCAS, com 37 CDs é um depoimento
à causa gaúcha. Cada obstáculo resultou numa transformação positiva e a
trajetória do grupo, numa efetiva contribuição à música regionalista do sul do
país.
No mês de novembro de 2010 o grupo Os Monarcas conquistaram
mais um troféu, o seu primeiro DVD de Ouro, e como não havia de ser diferente,
foi lá no Sitio Novo que receberam este prêmio. Em Dezembro, o Grupo recebeu o
prêmio Vitor Mateus Teixeira, como melhor grupo de baile, e o Chico Brasil
ganhou como melhor instrumentista deste ano.
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