OsPaparazzi entrevistam Tchê Garotos. Grupo revela detalhes de novo projeto
quinta-feira, maio 20, 2010
Tchê Garotos
Eles iniciaram a carreira no Rio Grande do Sul, onde são sucesso absoluto. Com 13 CDs gravados e 4 discos de ouro, seus shows arrastam multidões, que se identificam com a batida forte, acordes diferenciados, ritmo apimentado e letras populares que falam de amor, mulher e “cachaça”.
Pioneiros no movimento “tchê music”, começaram tocando o tradicional vanerão, onde se apresentavam com roupas características de um gaúcho típico, e as fãs eram vestidas de prenda.
Em meados do ano 2000, o axé music estava em alta, e aos poucos foi se misturando ao ritmo gaúcho, assim como o forró, o axé, o rock e o sertanejo moderno.
No início os críticos achavam que o grupo estaria “deturpando” a música tradicional, no entanto eles estavam apenas “popularizando” e incorporando outros ritmos musicais, mas sem perder a essência da música gaúcha.
Muito verdadeiros e nada vislumbrados com o sucesso, eles contam em uma gostosa entrevista aos “OsPaparazzi” como foi tocar para mais de 50 mil pessoas, como entraram para o mercado musical e seus planos para 2010.
O show que ocorreu dia 29/01/2010 na Estância Nativa de Caçapava fez com que ninguém ficasse parado.
Com coreografias inusitadas e energia contagiante, eles começaram o show cantando “Vamos fazer Festa” levando o público à loucura com a batida forte, solos de guitarra para roqueiro nenhum botar defeito e acordeom a todo vapor.
O show teve duração de uma hora e meia e contou com um repertório variado como “Beber Cair e Levantar” seguidos de “Ciumenta” de César Menotti e Fabiano, assim como algumas músicas de raiz e a romântica e especial “Menininha”, música que consagrou de vez o grupo.
E com tanta mistura de ritmos, o resultado não poderia ser outro, a não ser o som único e o sucesso absoluto!
ENTREVISTA
OsPaparazzi - Como começou o “tchê music”?
Tchê - Começou em 2000 em função da força do axé no Rio Grande do Sul. Nós tocávamos músicas tradicionais gaúchas e com a força de outros ritmos resolvemos popularizar nossa musica incorporando esses ritmos ao estilo tradicional gaúcho. E o “Thê music foi mais um rotulo criado pelos mais tradicionais para definir o som que fazíamos”.
OsPaparazzi - Vocês se consideram os pioneiros ou já existia algum grupo ou banda que fazia sucesso com este estilo musical?
Tchê - Sim, somos os pioneiros. Começamos com o vanerão tradicional, onde tocávamos com bombachas e as mulheres iam aos shows vestidas de prenda. Depois fomos modificando e incorporando outros elementos ao nosso som. O que aconteceu foi que muitos jovens gostaram do estilo e começaram questionar o tipo de música que fazíamos. Foi aí que um jornalista do “0 Hora” colocou uma matéria no principal jornal do Rio Grande do Sul dizendo que o “tchê music” estaria entrando com tudo do mercado, e então outras bandas tanto da região como de outros estados começaram a copiar e a incorporar este estilo também. Na realidade todo sertanejo de A a Z tem pelo menos um vanerão em repertório.
OsPaparazzi - Quando foi que vocês perceberam que realmente estouraram?
Tchê - Um momento foi em São Leopoldo, onde nos emocionamos muito com todo mundo cantando e dançando, não uma única canção, o publico conhecia todas. Em Franca não estávamos entendendo que tudo aquilo era para gente, assim como em Goiás, Mato Grosso e às vezes em cidades relativamente próximas uma das outras com 7 mil pessoas em um show e no outro dia 10 mil. Em Rondônia tinha mais de 50 mil pessoas cantando nossas músicas, e é claro que o contrato com a Som Livre foi crucial para estarmos aqui hoje, pois antes estávamos em uma gravadora regional, o que nos limitava um pouco, assim como a participação do DVD de Edson e Hudson, foi essencial para sermos lançados no mercado de vez. E foi a partir daí que a galera do “chapéu”, começou a aderir ao ritmo.
Somos sonhadores, mas com os pés no chão. Sempre lutamos e queremos sempre mais, mas nunca esquecemos do que passamos para chegar até aqui. Sabemos da onde viemos e para onde queremos ir, fala Sagüi, baterista da banda emocionado. Mas não nos vislumbramos, pois não chegamos nem na metade da ponte que desejamos atravessar.
OsPaparazzi - Pensaram em desistir em algum momento?
Tchê - Não de forma radical. Em 14 anos já desanimamos algumas vezes, como por exemplo, em Barretos. Chegamos todos animados, como fazíamos no Sul, brincando, gritando e agitando a galera, mas ninguém nos conhecia direito. Ficaram nos olhando como se fossemos “ets’”. Foi o show mais demorado de nossas vidas. Tínhamos a sensação que aquela uma hora e meia estava durando três dias fala Markynho um dos vocalistas da banda sorrindo.
OsPaparazzi - Vocês têm algum ritual antes de entrar no palco?
Tchê - Somente rezamos. Temos uma relação muito boa. Respeitamos os limites um do outro, e nos apoiamos mutuamente.
OsPaparazzi - A música “Menininha” teve uma repercussão muito grande na carreira de vocês, só no youtube foi um milhão de acessos. Esta musica por ser especial teve alguma inspiração particular?
Tchê - Eu queria escrever algo bem simples, pois na época tinha um público de 10 a 15 anos nos shows e eu queria fazer uma música direcionada para este público juvenil, fala Sandrinho, vocalista e compositor de 70%das musicas do grupo. E então resolvi fazer a primeira música romântica, onde busquei lá na minha infância algumas coisas que aconteceram. Não existe uma menininha em particular, cada um tem sua história. E esta música foi um marco, pois aí puderam conhecer de verdade nosso trabalho. Tinha até pessoas que achavam que só tocávamos esta musica.
Tchê foi à Estância Nativa
OsPaparazzi - Quais os planos para 2010?
Tchê - O lançamento de DVD “Lual Sertanejo”. Que será um pouco diferente, mais fechado e somente para convidados. No entanto continuará sendo a união do Sul com a música sertaneja, com músicas mais românticas, com cara daqui, sem perder a pegada do “Tchê”.
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